http://www.youtube.com/watch?v=xINFX3ClW70
Melodia
linda essa da Maria Gadu,“Estranho natural”, em que ela canta: ..."Por
você, um mundo veio e a infância assim se foi..."
O que
é isso que vem e deixa a infância para trás?
Lembram-se dessa travessia? "Tudo estranho... e por vezes natural..." Rico caminho de buscas... Preciosa luta interna para saber quem se é... o que se quer... Época de estranhas e insanas procuras de satisfação de um desejo sem fim. De completude...
Lembram-se dessa travessia? "Tudo estranho... e por vezes natural..." Rico caminho de buscas... Preciosa luta interna para saber quem se é... o que se quer... Época de estranhas e insanas procuras de satisfação de um desejo sem fim. De completude...
Aliás,
essa perseguição é própria do ser no mundo, embora seja tão intensa na
adolescência, ela não finda aí... Pode-se viver distraído, mas essas perguntas
ressurgem em etapas significativas da vida de cada um...
Busca-se
aquilo que já está no desejo e projeta-se em um outro...
Os
olhos captam um anseio adormecido em uma imagem, em uma pessoa, ou em algo que
fisga o interesse... e revelam um desejo de amor já existente numa outrora...
que tem morada no íntimo...!
Fernando
Pessoa dizia: “ Quando te vi, amei-te já muito antes. Quando te vi, eu já sabia
que te amava...“
A
pessoa vista é a expressão do amor idealizado que habita o ser. De repente ela
chega preenchendo um vazio e a impressão é de identificação, sintonia,
simbiose...
Rubem
Alves, em seu maravilhoso livro, "Cantos do Pássaro Encantado: Sobre o
Nascimento, a Morte e a Ressurreição do Amor”, retoma Fernando Pessoa:
«Quando
te vi amei-te já muito antes. Tornei a encontrar-te quando te achei...”
O
autor leva a refletir que aquilo que se persegue, o que se quer é uma imagem de
amor já existente... uma ideia abrigada há muito no desejo de
completude... E de repente é manifestada em um outro .
Aí os
olhos captam esse outro...! E o ente é fisgado pelo olhar, um olhar luminoso...
pela presença que fascina, sem nada desse outro conhecer... Um estranho natural...!
Daí
essa lindeza do dito de Maria Gadu:
"Será
que te conheço desde a infância?
Será
que na infância eu parti prum mundo imaginado por você?
Ou,
por você ,um mundo veio... E a infância assim se foi...?"
Maria
Gadu conta em uma de suas entrevistas que já amava Caetano Veloso, antes de
nascer, quando ainda estava na barriga da mãe... É o estranho natural dela...
Atração, identificação, amor "re-conhecido..."
Santo
Agostinho dizia que não sabia o que amava quando amava... mas já propagava que
o amor é uma lei existencial... Próprio do ser humano buscar o amor... E
pode-se amar tudo que é expressão do amor e mistério da criação...
Nessa
doce melodia, Gadu deixa muito a refletir sobre esse estranho natural... "
muito pano pra manga" para quem é interessado no ser
humano e sua complexa busca existencial...
Dulce
Braz
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