O que faz com que um homem e uma mulher se encontrem no tempo? Olhares que se olham, atração de sentimentos e corpos, a natureza do ser convidando a amar?
Dia dos namorados nos oferece o pensamento sobre o que é o amor entre duas pessoas que se escolhem. Esse buscar alguém para viver a vida que a gente quer viver menos só. Olhar com o olhar do outro e olhar com o nosso desejo.
Querer encontrar o outro, beijar sua mão, sua vida, seguir com ele seus passos. Encontrar-se e desencontrar-se na vontade de acertar. Fazer do encontro abertura para o amor que a gente quer edificar.
Um homem e uma mulher, o feminino e o masculino em busca de integração. Força da natureza a buscar conexão. Inventamos o amor ou o amor nos reinventa?
A paixão fisga seres no tempo. Apaixonar-se torna o encontro ideal e anima a vida. Buscamos a construção com o outro, mais fácil olhar o mundo a dois, cuidar do outro e se deixar ser cuidado. Amor das histórias, dos romances, amor dos encontros, amor das palavras.
Lembrando Rubem Alves, quando o fogo do amor carnal cessar, que as palavras possam continuar acendendo a chama do desejo de permanecer. Que não só de sexo vivam os amores. Mas de toda palavra que venha do coração e do desejo de fazer o outro e a si mais feliz.
A comunicação é vital para o amor, mas é fonte de mal entendidos também. Resta a vontade de compreender. Ler a palavra e o gesto. Desejos e encontros. Projetos a dois. Construção de caminhos por trilhar.
Não é fácil viver a vida juntos sem olhar cada um para si e um para o outro. Manter nossa individualidade e respeitar a do outro. Mente quem diz que temos que ser um em dois. Mente quem diz que existe um final feliz para sempre... o amor é construção, é dor, é alegria, é desilusão e fantasia. Amar é razão e emoção; não pode ser só razão. Nem só emoção.
Proposta de namorar é pedido de caminho a dois, é pedido de companhia, de água que molha a planta para crescer. Para florir. É encontro da intimidade, sentir o gosto do outro. O cheiro do outro. A palavra e o silêncio.
Namorados eternos são os dos contos de fada. Somos seres reais, nessa busca do outro em nossa vida. Os príncipes e princesas nos reinos encantados moram em nós, mas o encanto pode acontecer sem ser na fantasia somente. Há o encontro de momentos, de olhares, de sussurros. De verdades. De tristezas. De histórias no tempo.
Colocamos no outro nossas expectativas, nossa necessidade da completude. Queremos que o outro nos faça feliz, e nos esquecemos de que essa busca é individual. Mas nada mal termos quem nos ajude a buscar, a nos motivar para nossas conquistas. Quem nos dá a liberdade de buscar e a oportunidade de compartilhar os motivos que nos impulsionam a continuar.
Os poetas cantam o amor, idealizam as relações, nos cantam e encantam em nós o desejo do outro, de ser no outro.
Nosso primeiro olhar para o que acontece entre um homem e uma mulher está registrado em nós, em algum lugar de nossas memórias. Um desejo de integração ficou registrado. O jeito que fomos cuidados lá nos nossos primeiros anos de vida, o entendimento da importância de uma relação na nossa vida, a importância do outro para que pudéssemos ser. A função daquele que tem um significado importante e vital fica em nós para sempre.
Queremos amar um outro ideal, queremos ser reconhecidos pelo outro, conhecer o outro. Amar o outro em nós e nos sentir amados.
Dia dos namorados convida a momentos de intimidade, de compartilhar, de brindar os encontros, a amar o outro sonhado em nós, a fazer história.
A pensar nesse tipo de amor ou de conexão que nos trouxe à vida. Somos quem somos porque duas pessoas se encontraram no tempo, somos resultado de duas vidas e de muitas que passaram por nós em inter-relação.
Feliz dia dos namorados!
Dulce Braz.
junho de 2012.
Queria dizer alguma coisa que fugisse ao clichê,porém receio não ter nada que expresse meus sentimentos ao acabar de ler esse texto ,que não exclama-lo ...Que lindo!Que texto verdadeiramente emocionante .Parabéns Dulce Braz.
ResponderExcluirKelly, obrigada, obrigada! Feliz em poder fazer essa interação com você!
ExcluirExcelente o texto! Possivel a busca a dois!
ResponderExcluirObrigada, Fábio Caporali pela leitura e apreciação! Beijo, querido!
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