Serenando
a fronte, eu vou contar um mundo só pra você
Desses
que a gente apreende na labuta do existir...
Cantando
os versos, eu não saberia dizer tudo
Mas
o tudo não é nada diante do que ainda pode ser dito.
Andei
por uma estrada quase sempre segura
Orientada
por pais e familiares amorosos...
Do
mundo vejo partes, mas meu coração
Quer
abraçar o todo, captar as sensações e os mistérios de ser.
Capto
algumas dores do mundo,
a sensibilidade das músicas
A
alma dos poetas e a pureza das crianças,
a beleza das flores e pássaros...
Mas
não capto, às vezes, a mim mesma nos sofrimentos do existir
Nos
dilemas, nas culpas que me apontam outras
possibilidades.
Exijo
muito de mim
Poupo-me da alegria do riso largo
Quero abraçar o mundo
Arrumar o desarranjo...
Abrigar os filhos
E garantir a sua felicidade...
Desejo apaziguar
os corações que magoei na minha imperfeita condição.
De
tudo isso, sei que somos muito diferentes, mas tão iguais nos
quereres humanos, nas nossas incoerências
No
desejo da proteção para nossos medos tão banais
No
anseio de sermos aceitos e acolhidos nos ninhos de nossas origens
No abrigo de nossos amores mais caros e essenciais...
O
que sei é que somos um céu de possibilidades
Na
vida nossa de cada dia
Irmanados
pelo desejo de completude
De
imortalidade da alma,
De
um solo seguro para plantar nossos desejos!
Contando
isso pra você, não digo nada de novo sob o sol
Mas
me encontro por um instante no pensamento ordenado
Na
resiliência do viver, na busca do caminho a seguir...
Fico
nas buscas deste caminhar
Pela
estrada que sempre vai a algum lugar
Nas
interrogações desmedidas...
Não
tenho a pretensão das respostas
O
que tenho é uma alma endividada de porquês
E
de respostas simples prometidas por um Deus interior a quem chamo de Amor!
Dulce
Braz